Chegou o outono, tão estigmatizado por ser sombrio, com os dias a perderem luminosidade, com a chegada das primeiras chuvas e a geada que permanece após a alvorada. Parece que ninguém se lembra da beleza da multiplicidade de tons que as folhas das árvores e das videiras nos presenteiam. O outono apresenta-se como uma pintura artística assinada pela mãe Natureza. Todos ainda anseiam por dias com o brilho do sol Intenso. Acontece, então, o aguardado Verão de S. Martinho, remetendo-nos para a lenda onde a generosidade do Santo ao dar metade da sua capa a um homem a tremer de frio fez Deus determinar que o sol brilhasse intensamente durante três dias. Como sustentam os especialistas, trata-se de um intervalo de “flutuação meteorológica” “ entre duas estações: o verão e o inverno – onde a atmosfera da Terra ajusta-se para garantir um equilíbrio energético, dando origem a estes fenómenos.
Na verdade, o outono é nostálgico! Mas acrescento: ele é maravilhosamente nostálgico! Fui aprendendo, com os tempos, a vê-lo com outros olhos e a admirá-lo. O outono irrompe em harmonia e equilíbrio – o dia tem a mesma duração da noite; chega em poesia e serenidade, inspiração para tantos criativos e apaziguador para todos nós, após estações de grande agitação.
Assim é a vida das pessoas quando passam para esta fase, após o apogeu dos sonhos da primavera e o brilho do vigor do verão. E como pode ser encantador este período da vida! E como pode ser também uma tormenta!
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