“Desmaiou mais um gerente”, contava-se em surdina pelos corredores. E já ninguém se admirava. Eram meses e meses de pressão, de exigências para lá do razoável, de telefonemas diários, bidiários, tridiários, de uma espécie de histeria colectiva. Porque estava para chegar “o dia”!
“O dia” era treinado vezes sem conta, simulações atrás de simulações, bancários feitos actores profissionais, mas sem que nenhum deles conseguisse estar verdadeiramente sereno quando chegava o momento de se cruzar com o incontornável protagonista desta história que podia (e pelos vistos até vai) dar novela: Ricardo Salgado.
Dos estagiários ao mais distinto e temível director, não havia quem mantivesse as pernas firmes perante o Presidente. Ano após ano, o ritual repetia-se: do alto da sua insuspeita pose de banqueiro-que-manda-mais-no-país-do-que-um-ministro, chegava rodeado de lambe-botas, acenava aos súbditos e olhava por cima dos óculos. A cada um destes passos, mais alguém caía para o lado – estava na hora de responder ao Dono Disto Tudo.
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