“Abro a gaveta. Lá de dentro solta-se uma névoa de pó acinzentado e denso e depois mais esbatido e fluido. Em cada camada está um tempo que se perdeu no tempo”… Remexo as cartas abandonadas à espera de serem lidas de novo, as fotos amarelecidas de cor esbatida a aguardar que as mirem com novos olhos, os lápis de diferentes cores com as pontas ásperas e ainda uma bela caneta a tinta permanente, sem tinta. O diário selado pelo tempo e com amargura de não ter sido ainda lido. Postais de viagens fazem também parte do espólio. Escritos vindos de vários pontos do mundo.
O primeiro que me atraiu de imediato foram as cartas ordenadas por datas e envoltas em laço cor de rosa, esbatida também pelo tempo. Depois, o diário! As coisas que estão muito embrulhadas, parecem suscitar mais curiosidade e as que podem revelar mais segredos.
A descoberta de uma vida inteira pode ser através destas memórias abandonadas numa gaveta esquecida. A gaveta não estava fechada à chave, também o diário não estava. Será que foi um ato propositado para facilitar a sua leitura? Ou, pelo contrário, seria a estratégia para assegurar que nunca suscitasse interesse para ser lido?
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