Tinha 15 anos e zero ligação à música, se esquecermos (por favor!) as tardes a cantar (berrar) Censurados ou GNR ou Rádio Macau no escritório lá de casa, verdadeiros barómetros da enorme paciência da vizinhança. Mas, nessa altura, motivado pela cena musical que animava Espinho à base de bandas de garagem locais, decidi que queria aprender a tocar bateria.
Cresci com desporto dentro e fora de casa – natação, hóquei em patins, voleibol e voleibol e voleibol. Todos os meus hobbies, até então, andavam à volta disso. Não deixou de ser estranho para os meus pais, portanto, que lhes pedisse autorização (e patrocínio) para me iniciar em aulas de música. Acabaram por aceitar (e pagar), impondo desde logo uma condição: morávamos num apartamento, por isso, era ponto assente que não haveria uma bateria lá em casa. Era quase como correr a maratona descalço.
Ainda assim, persisti e inscrevi-me nas aulas. Por incrível que pareça, a própria escola não tinha uma bateria real. Além de descalço, teria de fazer a maratona a correr para trás. Estudei um ano lectivo dessa forma: com aulas num protótipo com som equivalente ao de tocar em tupperwares e a praticar em casa nos próprios tupperwares. Exemplo de superação e sucesso? Não. Fim desse ano, fim da minha ligação à bateria (um dia, ainda vos conto mais uns episódios sobre o dono da escola e sobre o meu professor da altura, personagens verdadeiramente icónicas).
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