A greve da função pública que está a decorrer ao longo do dia de hoje [31 de outubro] está a colocar em causa o normal funcionamento das escolas, obrigando ao cancelamento das aulas e ao próprio encerramento dos estabelecimentos escolares.
A situação acabou por trazer alguns dissabores aos encarregados de educação, mas também a muitas crianças, sobretudo do ensino pré-escolar, que viram, assim, as suas festas e atividades de Halloween a serem canceladas.
Segundo a Defesa de Espinho apurou, uma das situações mais criticas terá acontecido na Escola Básica de Anta, com vários alunos a sentirem-se “desolados” pela impossibilidade de cumprirem as atividades que estavam previstas para o dia de hoje.
Obrigados a encontrarem uma solução de recurso, já que os alunos tiveram que regressar a casa, vários encarregados de educação mostram-se revoltados, sobretudo por, alegadamente, terem proposta uma solução para o problema, algo que não terá sido aceite pela direção.
“Os pais receberam informação de que neste dia as crianças podiam ir fantasiadas para as escolas, estivemos durante uma semana a fazer o trabalho dedicado ao Halloween, pois cada sala tinha o seu tema”, começa por contar uma das mães. No entanto, “quando surgiu o pré-aviso de greve, as educadoras e coordenadora foram questionadas sobre a possibilidade de a greve afetar o dia e até foi colocada a hipótese de antecipar a festa para dia 30, mas mantiveram tudo na mesma”, garante a encarregada de educação.
Indignada, a mãe de uma criança do ensino pré-escolar, que viu o filho ter que regressar a casa, afirma que “foi criada a expectativa da festa nas crianças, obrigando-os a fazer vários trabalhos e a decorarem a escola” para, no próprio dia, “descobrirem que não ia haver nada”.
Segundo a encarregada de educação, “foi um balde de água fria”, fazendo com que “várias crianças começassem a chorar e ficassem desoladas”.
A Defesa de Espinho tentou contactar a direção do Agrupamento de Escolas Manuel Laranjeira, mas até ao momento não foi possível.
Já no caso do Agrupamento Gomes de Almeida, o diretor Ilídio Sá explicou à Defesa de Espinho que, devido à greve dos funcionários, hoje acabou por fechar a escola sede, a Escola Espinho 2 e ainda a Domingos Capela.
A Escola Básica de Silvalde está a “funcionar normalmente” e a de Paramos viu apenas afetado o ensino pré-escolar.
A greve, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), começou pelas 00h00 de hoje e prolonga-se até às 23h59, abrangendo a administração central, regional e local.
Entre as principais reivindicações deste sindicato está a instituição do cartão refeição na Administração Pública “através de negociação em Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP), para o valor diário de 10 euros, livre de imposto”, a revisão das carreiras não revistas, a revisão do SIADAP, bem como a reposição dos pontos perdidos para efeitos de progressão de carreira.
No que diz respeito especificamente ao setor da Educação pedem a criação do estatuto do pessoal de ação educativa, enquanto na área da saúde exigem a atribuição do Subsídio de Risco aos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) integrados na carreira do assistente operacional e técnico auxiliar de saúde.